O principal segredo é o equilíbrio.
A experimentação pode ser o caminho mais curto para o auto-conhecimento, ou para a destruição, caso não haja critérios ou bom senso no momento de se aproximar do desconhecido. Há quem diga que uma vida baseada na simples busca pelo prazer, cheia de novidades, sem um propósito concreto definido, é a única forma real de se viver em plena felicidade. E não posso mais duvidar desses ditos, uma vez que acredito na morte ao alcance de um braço. Afinal, qual seria a finalidade do acúmulo de riquezas, em vez de conhecimento e experiências, se no fim o que permanece são as memórias? Contudo, preocupa-me o fato de passar os últimos dias nesse plano, preso em pensamentos negativos ou dor, trazidos pela necessidade não suprida consequente de uma vida sem reservas. E é aí que está o segredo, o que resume nossa busca inconsciente: equilíbrio.
A única constante é a mudança.
Tente não se adaptar à mudança de temperatura que aquela chuvinha trouxe para uma noite litorânea. Se não houver um casaco ou uma boa alma pra te emprestar um, a casa cai. O queixo bate, os pelinhos se arrepiam e você fica com uma sensação leve de desolamento, isolamento e lembra que esqueceu de uma coisa muito importante. Tente não contar com essas pequenas mudanças de clima, tão constantes quanto as mudanças de percurso de vida. Não importa a certeza que se tem do ponto exato que se quer atingir, uma pessoa aqui, um emprego ali, um desemprego lá, um sonho acolá, causam pequenos desvios no nosso rio. Se, como a água, você continuar cortando a pedra, vai acabar encontrando seu oceano. E descobrir que aquilo tudo já era seu e que as mudanças foram as maneiras de lhe ensinar, e as dificuldades o teste pra ver se você aprendeu e mereceu encontrar essa coisinha imensa que chamamos de felicidade.
A única constante é a mudança, então pegue uma caneta e um caderno e comece a tomar suas notas. Afinal, “amanhã” sempre tem teste.